O mercado brasileiro de criptomoedas viveu um momento incrível em dezembro do ano passado, com uma movimentação recorde de R$ 52 bilhões. Esses números foram divulgados pela Receita Federal e marcam um novo patamar na trajetória cripto do país.
Entre as criptomoedas, o USDT, uma stablecoin ligada ao dólar emitida pela Tether, lidera disparado: em dezembro, foram R$ 29,4 bilhões movimentados, correspondendo a 56% do total. O Bitcoin também teve um bom desempenho, com R$ 7,8 bilhões, um pouco menos de 15% da movimentação total. Outras moedas, como Ethereum e XRP, também marcaram presença, mas em volumes menores.
Ao analisar de onde vêm esses números, percebe-se que a maior parte das transações passaram pelas exchanges brasileiras, com R$ 38 bilhões, ou seja, 73% do total. As transações sem corretoras somaram R$ 7,9 bilhões e o uso de corretoras no exterior ficou em R$ 5,2 bilhões.
Queda contínua em 2025
Mas, após aquele marco em dezembro, o mercado começou a desacelerar em 2025. A movimentação caiu para R$ 47 bilhões em janeiro e continuou a diminuir ao longo dos meses seguintes: R$ 35 bilhões em fevereiro, R$ 34 bilhões em março, R$ 31 bilhões em abril e R$ 30 bilhões em maio.
Em maio, o USDT ampliou ainda mais sua participação, atingindo 65% do volume total com R$ 19,7 bilhões. O Bitcoin, por sua vez, viu seu volume cair para R$ 3,4 bilhões, representando apenas 11% do total. Isso também reflete a diferença no valor médio das transações: enquanto cada movimentação com USDT ficou em torno de R$ 22 mil, com Bitcoin foi de apenas R$ 1,2 mil.
Evolução do mercado
Apesar dessa queda no início de 2025, a evolução do mercado de criptomoedas no Brasil nos últimos anos é notável. Em maio de 2021, o volume registrado foi de R$ 26,6 bilhões, um número que só foi superado em agosto de 2023, quando alcançamos R$ 28 bilhões. Em 2024, quase todos os meses apresentaram movimentações superiores a R$ 30 bilhões, exceto em fevereiro e junho, com R$ 28 bilhões, e em maio, com R$ 29 bilhões.
Assim, a trajetória do mercado mostra uma forte oscilação: apesar de um momento de arrefecimento em 2025, a tendência a longo prazo ainda parece positiva.
